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quarta-feira, 5 de junho de 2013
Limites, como fazer esta tarefa? Ficam as dicas da psicológa Rejane Comim.
9 passos para impor limites
(http://delas.ig.com.br/filhos/educacao/9-passos-para-impor-limites/n1237982354564.html)
Na incansável luta para impor
limites, muitas vezes os pais desperdiçam mais energia do que deviam. Para
evitar isso, a psicóloga neozelandesa Diane Levy, autora do livro “É Claro que
Eu Amo Você... Agora Vá para o Seu Quarto!” (Editora Fundamento) e especializada
no aconselhamento de pais, separa aquilo que apenas cansa daquilo que dá certo
na hora de educar os filhos.
“Há um bom punhado de coisas que
fazemos ao tentar educar as crianças e que simplesmente não ajudam”, ela
comenta, em depoimento ao iG Delas. “Quando você evita explicar muito, avisar
muito, adular, subornar, ameaçar e punir, você poupa tempo e energia e mantém a
sua dignidade como pai ou mãe. Quando você pede, diz e deixa a distância
emocional fazer o trabalho, suas crianças rapidamente aprenderão que quando
você pede que eles façam algo – ou que parem de fazer algo – eles não tem
alternativa a não ser fazê-lo”.
Segundo Diane, reconhecer e
evitar estratégias exaustivas e inúteis torna os pais mais convincentes em suas
ordens ou instruções. Ela explicou, a pedido do iG Delas, as atitudes menos
efetivas na hora de impor limites – e, do outro lado, as que mais garantem
êxito. Leia abaixo os conselhos.
1. Não se explique demais
“Quando pedimos para uma criança
fazer algo ou para parar de fazê-lo, nosso hábito é de seguir com uma grande
explicação de porquê tal ação é necessária. Se nossos filhos não respondem à
primeira explicação, pensamos que ela não teve apelo para eles (ou que eles
apenas não a entenderam) e, então, gastamos tempo e energia em tentar
convencê-los novamente”, explica Diane.
Se a criança não entendeu porque
está sendo solicitada a fazer ou deixar de fazer algo, dificilmente ela será
convencida por mais e mais explicações. O que ela precisa entender é que tudo o
que você pede é para o bem dela – e assim será até ela crescer.
2. Não dê mais de um aviso
“Ao dar várias chances e avisos,
nós mostramos às crianças que não acreditamos naquilo que dizemos e que não
esperamos uma ação efetiva até darmos muitos e muitos avisos”, diz Diane. “A
maioria das crianças entende que enquanto os pais estão nesse “modo de aviso”,
nada irá acontecer com elas”. Portanto, seja firme.
3. Não adule
Você se pega usando frases como “se
você arrumar seu quarto, ganha um chocolate” ou “faça toda a lição e te dou um
brinquedo” com frequência? Pense melhor. “Quando os adultos se esforçam
adulando e coagindo as crianças para que elas façam o que devem, isso significa
que só os pais estão fazendo o trabalho duro, enquanto os filhos esperam uma
recompensa convincente o bastante para encorajá-los a começar uma tarefa que
não é mais que obrigação deles”.
4. Não suborne
As crianças devem ser acostumada
a agir dentro de um senso de obrigação. “Se o único jeito de conseguirmos fazer
com que as crianças façam o que mandamos é oferecendo algo, nos deixamos
vulneráveis a ter que pensar em maiores e melhores “mimos” com o tempo. Além
disso, essa ação dá às nossas crianças a permissão de perguntar “o que você me
dará se eu fizer isso?” – e esse não é um bom hábito para se encorajar”, resume
Diane.
5. Não ameace
Ameaças funcionam com “se você
não fizer isso.. então eu irei…”. Diane explica que, assim, você abre um
contrato e isso dá margem para a criança negar a oferta. “Aprendi essa lição
muito cedo com o meu primeiro filho. Quando dizia “Robert, se você não guardar
seus brinquedos agora, não iremos ao parque essa tarde”, ele apenas respondia “tudo
bem”. E eu ficava sem saber para onde ir”, relembra.
“Outro problema em ameaçar é que,
se você fala que irá fazer algo, é obrigado a cumprir isso. A maioria das
ameaças que tem como objetivo persuadir a criança a fazer o que foi pedido nos
pune mais do que a elas”, explica Diane. E exemplifica: “Os pais ameaçam: “Se
você não fizer isso imediatamente, não verá mais TV pelos próximos três dias”.
É mais provável que a vida de quem fique mais difícil com essa ameaça?”.
6. Não puna
Segundo Diane, algumas crianças
aprendem através das punições, mas muitas se tornam ressentidas, irritadas e se
sentem tratadas de forma desleal. “Também, se usarmos a punição, nossos filhos
podem simplesmente aprender como aguentá-las – e voltarem a fazer aquilo que
tentamos evitar”, afirma.
Mas se os pais deixarem de
explicar, avisar, adular, subornar, ameaçar e punir, o que eles podem fazer?
Diane sugere uma estratégia simples, com três passos: peça, diga e aja.
7. Peça uma vez só
Diane recomenda que os pais
simplesmente peçam o que deve ser feito e observem a resposta do filho. Isso
dará a eles uma informação importante. “Quando as crianças se negam a fazer o
que foi pedido, eles usualmente expressam uma das três formas a seguir:
tristeza, irritação ou distanciamento”, ensina ela.
A tristeza é simbolizada por
chateação. “Eles parecem ofendidos e dizem “por que eu?””, descreve. A
irritação se manifesta em confronto: “eles discutem e acusam você de ser
injusto com eles”. O distanciamento é caracterizado por indiferença. “Eles
ignoravam você, olham para outro lado e continuam o que estão fazendo”,
completa Diane. “Tudo isso significa que a criança não fará aquilo que pediu”.
Mas como reagir?
8. Diga de maneira enérgica
“Vá até o seu filho – isso pode
ser um pouco difícil para os pais, pois significa que eles terão que parar
aquilo que estavam fazendo, levantar e ficar do lado da criança”, orienta
Diane. Segundo ela, a presença próxima vale a pena. “Uma vez que aparecemos
perto da criança, ela sabe que isso significa que ela terá que fazer o que foi
pedido”.
A autora recomenda que os pais
falem baixo – isso mostra que eles estão no controle tanto da própria voz
quanto da criança – e que olhem seu filho nos olhos.
9. Aja
Se seu filho não respondeu a
nenhuma das ações anteriores, você precisa fazer algo. “A coisa mais efetiva
que você pode fazer é usar a “distância emocional” até que ele esteja pronto
para fazer o que foi pedido”, aconselha Diane. “Pegue-o no colo ou pela mão e o
leve para o quarto. Diga firmemente “você é bem-vindo para se juntar à família
assim que estiver pronto para fazer o que pedi”, e deixe-o sozinho”, completa.
Lembre-se: o seu filho tem o poder de se reunir à família ao fazer o que lhe
foi pedido.
Quando as crianças são maiores –
e tirá-las do lugar é mais difícil – Diane recomenda que os pais apenas
determinem consigo mesmos: “eu não farei nada até que ele esteja pronto para
fazer aquilo que eu pedi”. E continuem com o que estiverem fazendo,
normalmente. “Quando a criança aparecer com um pedido, você pode calmamente
lembrá-la de que ficaria feliz em atendê-la, assim que ela fizer aquilo que foi
estabelecido (e ignorado) anteriormente”, diz a autora. “Ele pode fazer duas ou
três tentativas para chamar sua atenção, mas vai acabar entendendo que precisa
fazer o que foi solicitado pelos pais”, finaliza.
Rejane Comin (Psicóloga
– CRP 07/17.646)
Câmeras na escola
Mario Corso – Psicanalista
Entrei na escola com cinco anos.
Fui sempre o mais novo da turma, tinha entre um e dois anos menos do que os
colegas. O físico tampouco ajudava, franzino e míope. Não venham me ensinar o
que é bullying, sei o que é ir para a aula e enfrentar o pátio. Isso me tornou
sensível a propostas que tentam diminuir o mal-estar na vida escolar. A
discussão sobre o uso de câmeras nas escolas me tocou.
As câmeras de vigilância estão em
todos os lugares. No começo, a novidade incomodava, evocava um mundo
controlado, totalitário. Mas logo nos demos conta de que elas inibem e
esclarecem crimes, ajudam em coisas prosaicas como controlar o trânsito. É uma
vigilância barata, segura, muitas mais virão.
Porém, a presença de câmeras na
escola coloca outras questões. O objetivo seria o mesmo, proteger e prevenir.
As intenções são louváveis, mas elas esquecem um fator fundamental: a escola é
a primeira socialização não controlada pelos pais e é necessário que assim
seja.
Com o olhar vigilante e
onipresente da família, não se cresce. Crescemos quando resolvemos sozinhos
nossos problemas, quando administramos entre os colegas as querelas nem sempre
fáceis. Entre as crianças, inúmeras rusgas se resolvem sozinhas, os pais nem
ficam sabendo, e é ótimo que assim seja.
O bullying deve ser combatido,
mas não dessa forma. O preço a pagar pela suposta segurança compromete a
essência de uma das funções da escola, que é aprender a viver em sociedade sem
os pais e a sua proteção, evocada pela presença da câmera.
Na sala de aula e no pátio da
escola, cada um vale por si. É preciso aprender a respeitar e ser respeitado.
Nós todos já passamos por isso e sabemos como era difícil. Não existe outra
forma, é isso ou a infantilização perpétua. A transição da casa para a escola
nunca vai ser amena.
Essa proposta de vigilância não
se ancora em razões pedagógicas, e sim na angústia dos pais em controlar seus
filhos. Não creio que seja a escola que reivindica câmeras, mas quem a paga.
São os pais inseguros que querem estender seu olhar para onde não devem.
Existe uma correlação forte entre
pais controladores e filhos imaturos, adolescentes eternos que demoram para
assumir responsabilidades. É possível cuidar dos nossos filhos mesmo permitindo
a eles experiências longe dos nossos olhos. A escola é deles, esse é o seu
espaço e seu desafio. A escola ajuda seus filhos a crescer e eles não estão
sozinhos, os professores estão lá, acredite neles. Puxe da memória, muito do
que somos foi por ter enfrentado o pátio.
Rejane Comin (Psicóloga
– CRP 07/17.646)
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